Dados do Trabalho


Título

Impacto da COVID-19 em pacientes com tuberculose: Avaliação de translocação microbiana e de imunocomplexo circulante na coinfecção.

Introdução

O Brasil foi um dos países mais afetados pela COVID-19 com 38.791.997 de casos confirmados e 711.964 óbitos até maio de 2024. Em 2023, foi registrado 80.012 novos casos de tuberculose (TB) neste país. Estudos sugerem que a infecção por SARS-CoV-2 pode estar relacionada com o agravamento do quadro clínico de pacientes com TB, no entanto, pouco se sabe sobre o impacto da translocação microbiana (TM) e de imunocomplexos circulantes (ICC) na TB/COVID-19.

Objetivo (s)

O objetivo foi avaliar o efeito da COVID-19 sobre a quantidade de produtos de TM ou ICC em pacientes com TB pulmonar, e se estes estão relacionadas com o perfil inflamatório desses pacientes.

Material e Métodos

Estudo transversal com 36 pacientes hospitalizados (CEP:4.411.559) pareados por idade, sexo e comorbidades, divididos em 3 grupos: TB (n=12), pacientes com TB pulmonar confirmados por crescimento de Mycobacterium tuberculosis em cultura ou reatividade em teste Xpert MTB/RIF-ULTRA; COVID-19 (n=12), confirmada por rt-PCR ou teste de antígeno específico para SARS-CoV-2; e TB/COVID-19 (n=12). As dosagens por ELISA das seguintes moléculas do plasma foram realizadas: sCD14 e IFABP (marcadores associados com a TM); ICC formados por IgM, IgG, IgG1, IgG3 e IgA; C3a e C5a (marcadores de ativação do sistema complemento). Citocinas inflamatórias foram dosadas por Luminex.

Resultados e Conclusão

Não foram observadas diferenças significativas de sCD14 ou IFABP entre os grupos. No grupo COVID-19 uma correlação positiva entre IFABP e TNF-a foi observada (p=0,052;r=0,58). As concentrações de ICC formados por IgM, IgG e subclasses de IgG no plasma foram tendencialmente maiores nos grupos TB e TB/COVID-19 em relação ao COVID-19. Na análise de ICC IgG3 ou IgG1 foi observado uma concentração maior no grupo TB/COVID-19 em relação ao grupo COVID-19 (p<0.05). Não foram encontradas correlações entre as concentrações de ICC com marcadores inflamatórios. Embora não tenha sido observado diferença da concentração de C5a entre os grupos, uma tendência de maior concentração de C3a nos grupos TB ou TB/COVID-19 em relação ao COVID-19 foi detectada. Foi observado uma correlação positiva entre C3a e ICC IgG no grupo TB/COVID-19 (r=0,62;p=0,035) e ICC IgG1 no grupo TB (r=0,65;p=0,024), mas essa associação C3a com ICC IgG1 foi mais forte no grupo COVID-19 (r=0,76;p=0,006). Embora o grupo TB/COVID não tenha diferido de forma significativa do grupo TB, os resultados apontam para uma possível exacerbação da resposta inflamatória de pacientes TB/COVID-19 em relação ao grupo COVID-19.        

Palavras Chave

Tuberculose; COVID-19; Translocação-microbiana; Imunocomplexo-circulante; Inflamação; resposta-imunológica

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

2.Concorrer na categoria - Mestrado

Autores

Rennê Kós Rocque, Joanna Reis Santos-Oliveira, Maria Luciana Silva-Freitas, Gabriela Corrêa-Castro, Adriano Gomes Silva